Gestão tradicional: por que esse modelo não é mais eficaz?
- Cris Dorini
- 5 de abr.
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Em um mundo tão veloz quanto o nosso, estruturas burocráticas e engessadas não atendem às necessidades atuais de agilidade e eficiência.

Tempo é dinheiro, todos sabem disso.
Isso quer dizer que o tempo gasto para tomar uma decisão estratégica é proporcionalmente igual à quantidade de dinheiro que se perde devido à demora.
Em um mundo tão veloz quanto o nosso, estruturas burocráticas e engessadas não atendem às necessidades atuais de agilidade e eficiência.
É por isso que o modelo de gestão considerado tradicional, baseado nas teorias de Taylor e Fayol, dois grandes nomes da administração, não é mais tão eficaz assim.
Entende-se “gestão” como o ato ou efeito de gerir, recursos, pessoas ou qualquer objeto que possa ser administrado com alguma finalidade. Estamos falando de um processo que orienta o caminho a ser seguido.
O modelo tradicional se preocupa em prever, organizar, comandar, coordenar e controlar pessoas e processos. E não se importa em orientar, mas sim ditar.
Ele é focado em uma liderança autoritária, com o lema “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, onde cada funcionário tem conhecimento somente sobre o que faz, não dos processos como um todo.
Além disso, não leva em consideração a tomada de decisões em conjunto, liderança, motivação dos funcionários e qualquer outro fator referente à flexibilidade e desenvolvimento humano.
Esse autoritarismo gera burocracia, uma guerra de ego e poder e faz com que os processos sejam lentos e ineficazes.
Não é porque funcionou um dia que vai servir para sempre…
De forma direta, o modelo de gestão tradicional não funciona porque ele simplesmente não reflete os interesses das pessoas.
E isso não se resume aos interesses apenas profissionais, cada vez mais as pessoas trabalham e buscam por um propósito.
Tendo isso em vista, entendemos que os colaboradores desejam cada vez menos ser máquinas que só obedecem e desejam ter voz, autonomia e desenvolvimento.
Assim, fica claro que o modelo de gestão tradicional engessado, autoritário, que não motiva e foca no lucro a qualquer custo, não atende mais às necessidades da atualidade.
Hoje, as instituições precisam oferecer aos seus funcionários autonomia e desenvolvimento pessoal baseados em uma cultura e comunicação bem estabelecidas.
Além disso, as lideranças precisam ser capazes de identificar as habilidades individuais de seus funcionários para designá-los, de forma estratégica, para atividades nas quais elas sejam aperfeiçoadas.
Um caminho contrário a esse faz com que os funcionários se sintam desmotivados, sejam desleais a empresa e ainda fomenta uma competição exagerada entre eles, e esses são os sinais de que algo grave está acontecendo.
Esse é o primeiro ponto. Existe também o fator de mercado.
Com tudo em constante evolução e com a rapidez com que as coisas mudam, as empresas precisam se comportar como organismos vivos e não como um objeto estático.
Então, qual a saída?
A responsabilidade de expressar nossos sentimentos e necessidade de forma produtiva
Os sentimentos são inerentes ao ser humano e não é possível deixar de senti-los. Quando somos dominados por eles, nem sempre conseguimos externar com clareza nossos sentimentos e necessidades.
Temos a responsabilidade — e o direito — de expressar o que é importante para nós e também temos a responsabilidade de fazer isso de modo apropriado e produtivo.
Para passar uma mensagem assertiva, você pode dividir sua linha de raciocínio em três partes:
Fazendo um resumo das situações;
Expressando seus sentimentos e pensamentos;
Deixando claro quais são as suas vontades e necessidades, incluindo as vantagens para a outra pessoa.
Ser assertivo é insistir que seus direitos sejam respeitados, mas também levar em consideração as necessidades do outro. Ao respeitar os desejos e necessidades das outras pessoas cria uma via de mão dupla para que façam o mesmo por você.
Por falar em sentimentos…

Se não for o tradicional, qual a saída?
Não existe fórmula de bolo para ser um bom líder ou um bom gestor. Mas existem modelos de gestão que podem estar mais alinhados com a real necessidade da empresa e funcionários.
Atualmente no mercado vemos os modelos de gestão democrática, meritocrática, com foco em resultados, com foco em processos e outras.
Mas uma que de fato me chama atenção é a gestão orgânica. Você já ouviu falar?
Na verdade, essa gestão vem de uma cultura de empresa orgânica, que tem como foco o desenvolvimento humano, além de uma estrutura mais flexível e adaptável.
A premissa dessa cultura é desenvolver pessoas dentro da empresa, apoiando os funcionários, investindo em programas de treinamento e bem-estar, a fim de reter pessoas e construir equipes fortes.
As principais características de uma empresa de estrutura orgânica são:
Equipes multifuncionais e multi-hierárquicas
Baixa formalização
Livre fluxo de informações
Controle amplo e abrangente
Descentralização

Benefícios de uma estrutura orgânica
Um dos principais benefícios desse tipo de gestão é o seu potencial em desenvolver habilidades importantes nos profissionais. Inclusive, é comum que os gestores encontrem novos talentos dentro da empresa que optam por uma estrutura orgânica.
Outro ponto de destaque na gestão orgânica é a comunicação, que flui mais naturalmente entre os funcionários justamente por não existir níveis hierárquicos e o mínimo possível de burocracia.
Essa é a cultura que encoraja as pessoas, faz com que elas se sintam incluídas e entendam seu papel e importância na organização.
Ao terem espaço para sugerir, participar e propor ideias, essas experiências não estarão ajudando apenas a empresa, mas também contribuindo de forma positiva e saudável com a carreira dos profissionais.
A estrutura orgânica é uma forma adaptativa de organização que oferece pouca divisão do trabalho, autoridade descentralizada e também poucas regras e procedimentos.
No entanto, ninguém melhor do que o gestor para definir se esse modelo de empresa é o ideal para o negócio.
Sou Cris Dorini, Especialista em Gestão de Imagem e Marca Pessoal. Minha atuação se expande por diversas frentes: sou mentora, palestrante, docente e conselheira consultiva. Combinando um olhar detalhista e estratégico com uma ampla rede de contatos e conexões, tenho como foco oferecer soluções práticas e eficazes para empresas e executivos. Com 25 anos de experiência no mercado corporativo, minha missão é transformar desafios em resultados concretos. Sou apaixonada pelos universos corporativo, educacional, de luxo e pelo trabalho voluntário. Sou coautora dos livros Mentores e Suas Práticas de Sucesso e Consultoria de Imagem: Relações Humanas, Inclusão e Respeito — Histórias Brasileiras e Portuguesas. No meu tempo livre, sou entusiasta da corrida e do pilates, atividades que complementam meu equilíbrio e energia.
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